17/05/2012

Dia internacional na luta contra a homofobia - Diversidade Sexual



Hoje, dia 17 de Maio, é considerado o dia Internacional contra a homofobia. O Descolando Ideias entra nessa campanha e convida todos para também participarem. Todo mundo tem o direito de amar quem quiser!!


"Para mim, a homofobia é Uma falha na educação da sociedade!" A.M.C.F.S, 24 anos


Descolando Ideias na luta contra a Homofobia




"Pra começar esse lance sobre o que eu penso sobre a diversidade sexual, vou admitir que comecei a prestar atenção sobre isso depois que tive filhos – por pensar no futuro deles – e quando me assumi. Sinceramente nunca questionei o que os outros pensam e se isso de alguma maneira iria interferir na minha vida.  Mas de certa forma INTERFERE pra caramba.
Conversando com alguns amigos que diretamente têm suas vidas sendo apontadas por uma questão de puro preconceito, fiquei convencida de que a questão de não me preocupar com esse assunto me distanciava um pouco deles, referente à ideia de “vamos lutar por uma sociedade menos heteronormativa”.
Eu sou mãe de dois filhos ainda em fase de crescimento, sendo tão pequenos é demorado pra eles entenderem a minha vontade sexual. Não gosto de definir como “opção” porque acredito que dá uma ideia de “escolha” e eu não escolhi ser lésbica. Eu simplesmente sinto que o meu desejo sexual é destinado a uma mulher e principalmente sou FELIZ assim. Explicar pra eles a minha relação é uma tarefa difícil já que todas as regras e normas são direcionadas as pessoas heterossexuais. Uma vez minha filha me disse: “mãe, o NORMAL é uma mulher casar com um homem”. Eu perguntei onde ela tinha ouvido isso, e ela me respondeu “na escola”.
Desde cedo meus filhos são bombardeados com o posicionamento da escola e de toda uma sociedade como citei acima “heteronormativa” onde tantos desconsideram que existem varias orientações e desejos sexuais diferentes.
Antes de ter certeza do que eu queria, ouvi muita gente dizer que era uma fase e que eu tinha sofrido uma forte influência dos meus amigos, na sua grande maioria homossexuais. No primeiro momento eu até pensei nessa possibilidade, mas, não tem como escapar da vontade, desejo e dos “olhares”. Tive minha experiência com homens, me casei por quatro anos e certo tempo depois, o desejo de estar com uma mulher e me sentir completa foi mais forte. Me assumi realmente aos 20 anos e foi um choque para os meus amigos héteros e para os vizinhos. Até hoje, 4 anos depois ainda sinto olhares voltados pra mim com certo preconceito. Muitas pessoas não aceitam a vida que eu levo hoje e ainda mais por saberem que tenho filhos. Tive uma relação homossexual por 2 anos e 5 meses, morei com essa companheira e meus filhos a chamam de mãe até hoje. Foi e sempre será difícil para as outras pessoas uma relação “homo”. Sentia o preconceito constantemente. O mais forte que sofri foi na escola dos meus filhos no dia da reunião de pais, onde eu estava junto com a minha ex-mulher e meu ex-marido. Foi uma cena estranha para as outras mães e para a professora. Mas no meu pensamento, aquilo era e é normal. Se meus filhos tinham duas mães e um pai, normal os “responsáveis” estarem presente na reunião escolar.
O mundo homossexual deveria ser encarado como uma questão de fortalecimento dos conhecimentos individuais somos todos iguais, porém, nossos sonhos, desejos e necessidades que são extremamentes diferentes."
Relato da Jovem A.M.C.F.S.

8 comentários:

  1. Muito bom o seu relato sobre sua vida, agradeço por compartilhar conosco, muito interessante como destacou e significou a palavra “opção”, é a primeira vez que a enxergo neste contexto, realmente demais!
    Quanto aos dizeres: “vamos lutar por uma sociedade menos heteronormativa", dou total apoio!
    Esse conceito de sociedade heteronormativa, totalmente do passado e de época de ditadores precisa cair e, cairá!
    Os movimentos se fortificam, jovens e adultos lutam por avanços e aos poucos os passos são dados!
    Parabéns por compartilhar conosco um pouco da sua vida!

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  2. amei esse relato pq tem pessoas que e contra isso , não tenho nada contra tenho muitos amigos que são ASMDS e nem pro isso elles vau deixa de ser os meus magos e tal gosto muito delle, sei que esse Dia internacional na luta contra a homofobia vai desperta muitas pessoas e tal. aodei isso tudo que li curtir mt :D

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  3. Amigos que são ASMDS Necessitam de Respeito Como Qualquer Outro Ser Humano!!

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  4. Esse texto só fez desnudar mais os nossos olhos para a realidade. Precisamos nos despir de vez de qualquer preconceito inútil e idiota que essa sociedade hipócrita e moralista ainda tem. Parabéns! O que vem do coração sempre é verdadeiro!

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  5. Gostei do texto, mas não achei a frase "vamos lutar por uma sociedade menos heteronormativa" adequada. É melhor lutarmos por uma sociedade mais justa, mais democrática, menos preconceituosa.

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  6. Olá Anônimo, obrigada pelo comentário e pela sugestão, mas, vale lembrar que este texto nos foi enviado por um(a) amigo(a) e dele não alteramos nenhuma palavra.

    Abraços;

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  7. Parabéns à autora pelo relato e pela equipe do Descolando, por se mostrarem uma galera aberta e sensata. Sou cada vez mais fã de vocês!

    É impressionante que, hoje em dia, com todo o esclarecimento disponível, com tanta coisa acontecendo, as pessoas ainda se preocupam com o que as outras pessoas fazem na intimidade. Aprendi desde sempre a observar as pessoas pelo caráter e não pela opção (ou como disse a autora do texto, vontade) sexual. Isso, para mim, é apenas um detalhe. Não gosto mais ou menos de uma pessoa por ela preferir se relacionar com homens ou com mulheres. Se é uma pessoa correta, tem a minha amizade.

    Exatamente por pensar assim, me irrita esse discurso de "tenho vários amigos gays, mas não aprovo a homossexualidade", ou "nada contra, mas Deus me livre se um dos meus filhos se tornar homossexual" ou até aquele que me dá mais raiva, o que compara um homossexual a um assassino ou bandido. Não vou aqui expor minhas teorias sobre os homofóbicos, mas tem certas coisas (como a homofobia) que quem tem muito forte, quem não consegue viver sem, deve guardar bem lá no fundo do armário, junto com outras coisas...

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  8. Existe algo que ULTRAPASSA OS DIREITOS DOS HOMOSSEXUAIS... visto que... é também um problema de heterossexuais:
    - O Direito de ter filhos em Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas!
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    Ainda há parolos que acreditam em histórias da carochinha... mas há que ASSUMIR a realidade:
    - Nas Sociedades Tradicionalmente Poligâmicas apenas os machos mais fortes é que possuem filhos.
    - No entanto, para conseguirem sobreviver, muitas sociedades tiveram necessidade de mobilizar/motivar os machos mais fracos no sentido de eles se interessarem/lutarem pela preservação da sua Identidade!... De facto, analisando o Tabú-Sexo (nas Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas) chegamos à conclusão de que o verdadeiro objectivo do Tabú-Sexo era proceder à integração social dos machos sexualmente mais fracos; Ver http://tabusexo.blogspot.com/.
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    CONCLUINDO:
    - Nas Sociedades Tradicionalmente Poligâmicas é natural que sejam apenas os machos mais fortes a terem filhos, NO ENTANTO, as Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas têm de assumir a sua História: não podem continuar a tratar os machos sexualmente mais fracos como sendo o caixote do lixo da sociedade!... Assim sendo, nestas sociedades deve ser possibilitada a existência de barrigas de aluguer {ÚTEROS ARTIFICIAIS – deve ser considerado uma Investigação Cientifica Prioritária!…} para que, nestas sociedades {a longo prazo} os machos (de boa saúde) rejeitados pelas fêmeas, possam ter filhos!
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    NOTA 1: Incompetência sexual não significa inutilidade... de facto, os machos mais fracos já mostraram o seu valor: as sociedades tecnologicamente mais evoluídas... são sociedades tradicionalmente monogâmicas!
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    NOTA 2: Hoje em dia, por um lado, muitas mulheres vão à procura de machos de maior competência sexual, nomeadamente, machos oriundos de sociedades tradicionalmente Poligâmicas: nestas sociedades apenas os machos mais fortes é que possuem filhos, logo, seleccionam e apuram a qualidade dos machos.
    Por outro lado, hoje em dia muitos machos das sociedades tradicionalmente Monogâmicas vão à procura de fêmeas Economicamente Fragilizadas [mais dóceis] oriundas de outras sociedades...

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